segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Criaturas que vivem no calor extremo.


Uma bactéria que pode ser cozida, formiga que anda pelas areias do deserto do Saara e um verme que gruda em pedras. O que esses seres têm em comum? A incrível capacidade de sobreviver sob condições de temperaturas extremamente altas.
O calor é um dos maiores obstáculos à vida. Em terra firme, muito calor significa que a água evapora ou cozinha, e, sem ela, nada sobrevive. 
Neptune
Fumarolas no fundo do oceano // Crédito: Neptune Canada
Mas a falta de água não é um problema no fundo do mar. Lá, as temperaturas podem atingir 400 °C em fumarolas, lugares onde aberturas ligam o solo marítimo com o calor vindo de dentro da Terra. A temperatura limite que os organismos podem sobreviver é determinada pelo momento em que suas moléculas complexas, como o DNA e proteínas, começam a ser destruídas. O excesso de energia quebra suas ligações químicas.
A maior temperatura registrada que ainda permitia algum tipo de vida é de 121 ºC. O recorde é de um micróbio chamado Strain 121 (Cepa 121), que normalmente vive em temperaturas perto dos 100 º C em fumarolas. Ele parece não se alterar quando é aquecido até chegar aos 121º C, em experimentos de laboratório. Até 130º C a bactéria estava viva, mas não podia mais se replicar até que a temperatura diminuísse.
Neptune
Vermes adaptados que habitam as fumarolas, áreas quentes no fundo do oceano // Crédito: Neptune Canada
A Strain 121 tem uma química celular semelhante a dos humanos. A diferença é que suas proteínas e DNA estão "embalados" de maneira mais complexa, assim podem aguentar mais energia do calor antes de se desfazerem. No entanto, sob temperaturas maiores que 100 ºC, produtos de atividades metabólicas essenciais, como o ATP, se decompõem. Então a maior temperatura que permite a vida é determinada pelo tempo em que as células conseguem repor esses químicos importantes.

Mas bactérias são seres unicelulares (formados por apensa uma célula). Organismos multicelulares, mais complexos, são mais sensíveis ao calor, e os cientistas ainda não sabem a razão disso. A maioria deles tem problemas quando a temperatura ultrapasa a marca dos 40º C. E nenhum ser eucarionte – com membrana que protege o núcleo celular – consegue viver acima dos 60º C. 
National Science Foundation
Verme da Pompéia em detalhes // Crédito: National Science Foundation
O verme de Pompéia (Alvinella pompejana) foi descoberto em fumarolas na costa das Ilhas de Galápagos na década de 1980. Sua cauda, que fica agarrada às paredes das fumarolas, aguenta água escaldante aos 80º C. O resto do corpo fica mais longe da água quente.
Os cientistas ainda não entendem como o verme suporta tanto calor, em parte porque o animal não sobrevive muito tempo em laboratório. Um dos fatores pode ser seu alto nível de colágeno, uma proteína que é relativamente estável em altas temperaturas. Os navais duros que o verme constrói ao seu redor e bactérias que crescem ao redor de sua pele também oferecem alguma proteção.
Na terra, o animal que aguenta mais calor é a formiga prata do Saara (Cataglyphis bombycina). Ela pode aguentar até 53ºC por alguns minutos enquanto busca por outras criaturas que morreram no calor. Antes de deixar o ninho elas estocam proteínas de choque térmico que ajudam outras proteínas a manterem suas formas. Enquanto estão fora, elas tentar escalar objetos altos para se refrescarem com a brisa.
Por:Robson N° 20

Um comentário:

  1. Incrível a sobrevivência desses animais. Algo que realmente eu não tinha conhecimento e após uma leitura nesse artigo, me impressionei com tais animais.
    por: Luiz Augusto Resolen

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